sexta-feira, 20 de maio de 2011

Palestra do mês de maio acontecerá dia 23

A comissão organizadora da I Jornada de Produção Científica da UESPI-Campus de Picos, comunica que na próxima segunda-feira (23) será realizado no auditório da UESPI do bairro Junco, a partir das 18h30min, a quarta palestra do evento, que será ministrada pela professora Francineide Bezerra. Na ocasião, alunos dos cursos de Comunicação Social, Enfermagem e Agronomia falarão de suas experiências com pesquisa. Vale ressaltar que na terça-feira (24), o acadêmico Aleckssandro Libério falará sobre o Currículo Lattes. A culminância da Jornada acontecerá de 30 de junho  a 02 de julho.

jornadacientificauespi@gmail.com

domingo, 8 de maio de 2011

Inscrições de trabalhos para a Jornada começam amanhã

       De 09 a 12 de maio acontecem as inscrições de trabalhos para a I Jornada de Produção Científica da UESPI . As inscrições poderão ser realizadas na UESPI de 08h às 11h com Gutembergson Feitosa ou Alda Rodrigues (Biologia); das 14h às 17h também na UESPI. Durante a noite, as inscrições podem ser entregues  no horário das 18h30min às 21h30min a Laís (Ciências Contábeis) no PREMEM; a Virlândia Luz, Alex  ou Maria Santana no Nivardo Moura e a Gutembegson Feitosa na UESPI. Vale ressaltar que os interessados devem preencher a ficha de inscrição e entregar a cópia do resumo, seguindo as normas estabelecidas, em versão impressa e em CD.

jornadacientificauespi@gmail.com

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Confira modelo de Resumo

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ-UESPI
CAMPUS PROFESSOR BARROS ARAÚJO
MARIA VIRLÂNDIA DE MOURA LUZ
ORIENTADOR: PROFESSOR MESTRE LEANDRO DE ARAÚJO SARDEIRO
TÍTULO: RÁDIO E RELAÇÕES COTIDIANAS DE OUVINTES DO POVOADO TORRÕES

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo central analisar como ouvintes do Povoado Torrões, através de suas táticas, se re-apropriam das transmissões radiofônicas no momento de suas construções cotidianas visto que ao longo desse trabalho o rádio é estudado a partir da perspectiva do cotidiano. A escolha desse tema surgiu fundamentalmente da necessidade de analisar o modo como os ouvintes fazem uso dos conteúdos transmitidos pelo rádio no dia-a-dia. A primeira etapa metodológica da pesquisa de campo do presente trabalho foi a elaboração e aplicação, no dia vinte e três de maio de dois mil e dez, de um questionário piloto, que se direcionou a 40 respondentes do Povoado Torrões, selecionados aleatoriamente. Através dessa pesquisa-piloto, chegou-se a resultados quantitativos gerais que auxiliaram na compreensão do modo como o veículo está presente e interfere no cotidiano desses indivíduos. É válido destacar que para conseguir alcançar os objetivos propostos pelo trabalho, fez-se necessário a aplicação de um método que pudesse se converter em resultados mais qualitativos. Aplicou-se então o método da entrevista em profundidade. Nesse contexto, ressalta-se que para elaboração dos questionamentos foi escolhida a categoria da entrevista semi-aberta. Sendo assim, as entrevistas de pesquisa foram aplicadas no dia oito de julho de dois mil e dez a três residentes do Povoado Torrões, na faixa etária de 40 a 70 anos. A escolha dos entrevistados se deu por meio da seleção não probabilística intencional. O número de pesquisados se mostrou suficiente, pois se trabalhou com todos em profundidade e as informações adquiridas se mostraram satisfatórias para a compreensão do tema. A partir das três entrevistas analisadas, constatou-se que o estudo do rádio através da perspectiva do cotidiano é relevante, pois permite analisar de forma mais detalhada como acontece o contato do público com o veículo; como historicamente o aparelho faz parte da vida dos ouvintes e, ainda, a maneira que suas mensagens e conteúdos são significados e re-significados por eles na cotidianidade. Nessa conjuntura, percebeu-se que o rádio poderia ser ainda mais bem sucedido se começasse a organizar suas estratégias a partir de um exame intenso da significação que o indivíduo lhe atribui.
                                                                                                            

Palavras-chave: Rádio, Cotidiano, Táticas, Estratégias.




Vale lembrar que de 09 a 12 de maio estaremos recebendo as inscrições de trabalhos para a I Jornada de Produção Científica da UESPI de Picos.

 
Confira normas relacionadas aos trabalhos:
- Cada trabalho deverá ter, obrigatoriamente, um professor (a) orientador (a).
- Só serão aceitos trabalhos desenvolvidos por no máximo quatro autores.
- Cada inscrito só poderá apresentar um trabalho;                   
- Os resumos dos trabalhos deverão ser entregues até a data estabelecida em formato doc ou docx (Word) com no mínimo 300 e no máximo 500 palavras;
- No resumo deverá constar vínculo institucional, título do trabalho, nome do(s) autor(es), endereço eletrônico, identificação do orientador, além dos objetivos, justificativa, metodologia, resultados obtidos ou esperados da pesquisa.
- No resumo deverá conter no mínimo três e no máximo quatro palavras-chave.
- Os resumos deverão ser entregues em cópia impressa e em CD.  
Observação: O autor (a) cujo trabalho não for aceito participará do evento como ouvinte.
                             
 Formatação para os trabalhos
- Fonte: Times New Roman, tamanho 12.
- Papel tamanho A4;
- Margem superior e esquerda com 3 cm;
- Margem inferior e direita com 2,5 cm;
- Espaçamento simples;
- Alinhamento justificado
OBESERVAÇÃO: Não serão aceitos os resumos que não estiverem de acordo com a especificação acima.
              
 Apresentação dos trabalhos
- Os trabalhos deverão ser apresentados na modalidade oral ou banner.
- O autor de cada trabalho terá no máximo 20 minutos para exposição seguidos de 10 minutos para o debate.
- O autor deverá indicar previamente, no ato da inscrição, qual equipamento utilizará.
  

Confira o material que fundamentou a palestra da professora Jaqueline Torres

1 - PESQUISA CIENTÍFICA

Nísia Martins do Rosário
A necessidade humana de conhecer faz a história e vai fornecendo elementos formadores da cultura da qual gerações se beneficiam. São os avanços que formam cada palmo da história de uma necessidade humana. Cada geração recebe da anterior aos conhecimentos adquiridos, os resultados conseguidos com a atividade intelectual e existencial. Assim, “naturalmente cavador de respostas, o homem nega-se quando se acomoda à rotina de uma ciência já desenvolvida. (...) Nenhuma geração pode dar-se por satisfeita com um mundo de segunda mão...”[1].
Encontrar respostas para as novas questões, ou solução para aquelas que vem se desenvolvendo é um convite aos homens, cujo conhecimento deve ser aplicado. Mas que “tipo de conhecimento” deve ser utilizado para a busca de respostas.
Vejamos no quadro abaixo, uma comparação dos quatro níveis de conhecimento do ser humano e em que podem contribuir para desvelar as questões ainda incógnitas:
EMPÍRICO
CIENTÍFICO
FILOSÓFICO
TEOLÓGICO
Popular


Religioso
Valorativo
Real
Valorativo
Valorativo
Reflexivo
Contingente
Racional
Inspiracional
Assistemático
Sistemático
Sistemático
Sistemático
Verificável
Verificável
Não verificável
Não verificável
Falível
Falível
Falível
Infalível
Inexato
Aproximadamente exato
Exato
Exato

Nosso caminho é o do conhecimento científico e, portanto, a pesquisa que dentro dele se enquadra é a científica.
Pesquisa científica é uma atividade voltada para a solução de problemas através do emprego de processos científicos. Ela parte da dúvida, de um problema, para o qual buscam-se soluções através de métodos científicos.

1.1 - TIPOS

As pesquisas científicas podem ser acadêmicas ou “de ponta”.
No primeiro tipo, temos uma atividade pedagógica, cujo objetivo é despertar o espírito de busca intelectual autônoma; é um exercício, uma preparação, um convite à negação-superação de uma rotina, fomentando o espírito de busca. Portanto, seu resultado mais importante não é, exatamente, oferecer uma resposta salvadora para a humanidade, mas a aquisição do espírito e método para a indagação intencional.
A pesquisa de ponta envolve o profissional graduado na problematização, solução e resposta às necessidades que ainda perduram em seu meio, seja porque simplesmente não foram respondidas, seja porque não satisfatoriamente trabalhadas. Aqui temos a busca do novo, do ignorado, com intenção e método.

1.2 - CARACTERIZAÇÃO

Segundo SANTOS[2] as pesquisas são caracterizadas:
– segundo seus objetivos (exploratórias, descritivas, explicativas);
– segundo seus procedimentos de coleta (experimento, levantamento, estudo de caso, bibliográfica, documental; pesquisa-ação, pesquisa participante, pesquisa ex-post-facto, pesquisa quantitativa, pesquisa qualitativa));
        segundo suas fontes de informação (campo, laboratório, bibliografia).

            1.2.1 – Segundo objetivos
a) Pesquisa exploratória: Tem por objetivo aproximar-se do tema, criando maior familiaridade em relação ao fato ou fenômeno, prospectando materiais que possam informar a real importância do problema, o que já existe a respeito ou até novas fontes de informação, o que normalmente é feito através de levantamento bibliográfico, entrevistas com profissionais da área, visita a web sites, etc.
b) Pesquisa descritiva: Feita a aproximação com o tema (pesquisa exploratória) é necessário descrever o fato ou fenômeno, por isso, este tipo de pesquisa é um levantamento das características conhecidas, e é realizada normalmente por levantamentos ou observações sistemáticas do fato, do fenômeno ou do problema escolhido.
c) Pesquisa explicativa: Sua função é criar uma explicação aceitável a respeito do fato ou fenômeno que constitui a pesquisa, preocupando-se com os porquês dos fatos, isto é, identificando os fatores que contribuem ou determinam a ocorrência – ou o modo de ocorrer – os fenômenos. Seu objetivo é aprofundar o conhecimento  da realidade para além das aparências dos fenômenos – e portanto, envolve elevado nível de responsabilidade do pesquisador com os resultados obtidos.

1.2.2 – Segundo procedimentos de coleta de informações: Coletar informações são procedimentos necessários à construção dos raciocínios em torno de um fato, um fenômeno ou um problema enfocado. Cada pesquisa terá suas peculiaridades quanto a coleta, mas modo geral, são os seguintes os procedimentos-padrão para a coleta de informações em uma pesquisa:
a) Experimento: é a reprodução controlada de um fato ou fenômeno da realidade com o objetivo de descobrir os fatores que o produzem ou que por ele são produzidos. Deve-se: decidir sobre um fato/fenômeno (objeto de estudo); selecionar as variáveis (fatores que provocam ou possam provocar variações no padrão do fenômeno); escolher os instrumentos (modos de controlar e observar os efeitos do processo provocado);
b) Levantamento: é a busca de informação diretamente com o grupo de interesse a respeito dos dados que se quer obter (útil nas pesquisas exploratórias e descritivas). Desenvolve-se em três etapas: (a) aplicação de entrevista,  questionário e/ou formulário a uma significativa amostra do universo; (b) tabulação e análise quantitativa dos dados com o auxílio da estatística; (c) aplicação dos resultados ao universo gerador da amostra – levando-se em consideração a margem de erro estatisticamente prevista.
c) Estudo de caso: fundamentalmente é selecionar um objeto, ou um fenômeno, ou um grupo de pesquisa restrito, objetivando o aprofundamento de seus aspectos próprios. Também é estudo de caso, reconhecer em um caso, um padrão científico já delineado, no qual possa ser enquadrado. Por tratar com fatos/fenômenos isolados, o estudo exige do pesquisador equilíbrio intelectual, “olho clínico” e cuidado na generalização dos resultados.
d) Pesquisa bibliográfica: buscar informações ou dados em materiais já elaborados e publicados, seja por meios escritos, gravados mecânica ou eletronicamente (livros, publicações periódicas, fitas de áudio e vídeo, páginas de web sites, relatórios de simpósios/seminários, anais de congressos, etc.). A validade da pesquisa bibliográfica está diretamente relacionada ao tipo de material coletado – que seja reconhecido cientificamente – e ao uso que se fará dele.
e) Pesquisa documental: utilizam-se na pesquisa, documentos que contém informações em relação ao objeto, e que ainda não estão organizados ou tratados analíticamente e publicados (tabelas estatísticas, relatórios de empresas, documentos arquivados em repartições públicas, associações, igrejas, hospitais, sindicatos; fotografias, obras originais, correspondência pessoal ou comercial, etc.).
f) Pesquisa-ação: para SANTOS[3] a pesquisa-ação é aquela que acontece quando qualquer dos processos é desenvolvido considerando pesquisadores e pesquisados no mesmo trabalho, já que a ambos interessa a criação de respostas imediatas para uma certa necessidade.
g) Pesquisa participante: caracteriza-se pelo fato de o pesquisados ser, ele mesmo, um dos dados pesquisados. O fato de pesquisador ser também pesquisado não impede a pesquisa, apenas requer um maior discernimento no momento de avaliar os dados.
h) Pesquisa ex-post-facto:  é realizada quando se examina um fato/fenômeno que já está pronto, anterior ao controle do pesquisador. Assim, a tarefa do pesquisador não será de acompanhar o desenvolvimento desse fato e controlar as suas variáveis, mas de avaliar, pesquisar, analisar o que já foi desenvolvido.
i) Pesquisa quantitativa: é a pesquisa onde o importante é a coleta e a análise quantificada dos dados, e de cuja quantificação os resultados automaticamente aparecem. Em geral, essa pesquisa utiliza-se de dados estatísticos e técnicas como contagem, cruzamento de dados, questionários, formulários. Para a apresentação dos resultados podem ser utilizados, gráficos, tabelas e outros recursos do gênero.
j) Pesquisa qualitativa:  é a pesquisa cujos dados só fazem sentido através de um tratamento lógico secundário feito pelo pesquisador, que não exige a medição estatística, tampouco a quantificação dos dados. A coleta de dados não precisa se restringir a respostas fechadas e/ou objetos de uma mesma classe e, assim, os resultados se impõem como evidência empírica imediata. Neste caso, é importante ressaltar que os resultados dependem do tratamento lógico resultante do “olho clínico” do pesquisador, da sua capacidade de avaliação e discernimento em relação ao objeto/fenômeno/grupo estudado.

1.2.3 – Segundo a fontes de informação: os lugares ou as situações de onde se extraem os dados ou de que a pesquisa necessita constituem as fontes de informação, que são três: o campo, o laboratório e a bibliografia.
a) Campo: é o lugar natural onde os fatos e fenômenos acontecem. Na pesquisa de campo, os dados são colhidos in natura, como percebidos pelo pesquisador (observação direta, levantamento ou estudo de caso).
b) Laboratório: é a reprodução dos fenômenos de forma artificial e controlada, para melhor percebê-los, observá-los ou captá-los e assim descrevê-los e analisá-los de forma adequada, porque, muitas vezes, os mecanismos naturais de observação, análise e descrição no campo se tornam insuficientes em alcance ou acuidade.
c) Bibliografica: é a utilização de dados ou informações já organizadas, descritas, analisadas e publicadas como matéria-prima para raciocínios e conclusões a respeito de fatos e fenômenos pesquisados. É a fonte de informação que deve “encabeçar” qualquer processo de busca científica.


[1] SANTOS, Antônio Raimundo. Metodologia científica: a construção  do conhecimento. 2ª ed., 1999. p. 22.
[2] SANTOS, Antônio Raimundo. Op. cit., p.26-31.
[3] SANTOS, Antônio Raimundo. Op cit. p.30. Para o autor a pesquisa ação, a pesquisa participante, a pesquisa ex-post-facto, a  pesquisa quantitativa e a pesquisa qualitativa não se tratam de procedimentos novos, mas modalidades de aplicação dos procedimentos anteriormente vistos, dentro de algumas condições específicas.

Continuação do material que fundamentou a palestra da professora Jaqueline Torres

2 - PROJETO DE PESQUISA
Nísia Martins do Rosário

2.1 - O que é projeto de pesquisa

Um projeto de pesquisa é, grosso modo, um planejamento detalhado de uma pesquisa científica que se pretenda realizar. E planejar, é decidir antecipadamente o que deve ser feito.
Uma pesquisa científica prevê, no mínimo, duas etapas. A primeira, que antecede a sua execução, é o momento – necessário – de refletir sobre o que se quer conhecer mais, que dúvidas se quer resolver, qual a abrangência daquilo que se vai estudar. Esse é o momento do projeto de pesquisa. A segunda etapa, refere-se a execução da pesquisa em si, com base em tudo aquilo que se planejou, é o momento de executar o Trabalho de Conclusão de Curso - TCC.
A pesquisa é algo que deve ser encarado com seriedade. É através dela que realmente se conseguem avanços em todas as áreas, inclusive na área da comunicação social. Assim, as novas técnicas, os novos programas que surgem, os usos e efeitos das novas tecnologias partem, sem dúvida de planejamento e de verificação, enfim, de pesquisa criteriosa. Necessário, portanto, encarar a pesquisa como uma preciosa aliada. Inevitável, muitas vezes, apaixonar-se pelo tema que se está pesquisando e perceber o quanto se pode conhecer mais sobre ele.
Então, é preciso dar um passo após o outro. E o primeiro é o da organização, desenvolvimento e redação de um projeto, o qual permitirá que a execução da pesquisa seja facilitada pelo fato de se ter em mente – e no papel – um quadro mais claro e coerente daquilo que se quer fazer, bem como considerações sobre as dificuldades que se poderá encontrar. No dizer de SANTOS[1], o projeto de pesquisa “... traça o caminho intelectual inicial de todo o processo posterior”.

2.2 - Por que fazer um projeto de pesquisa

Como já foi dito, a elaboração de um projeto de pesquisa facilita o trabalho do próprio executor dessa, além de permitir que outras pessoas possam entender com clareza aquilo que se pretende estudar. É o caso, por exemplo, do coordenador do curso que avaliará o projeto antes de você dar início efetivo ao TCC e do professor orientador que o auxiliará nesse processo. 
     O projeto de pesquisa permite o desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões científicos, de forma racional, lógica, criteriosa, com métodos e procedimentos adequados. Assim, esse planejamento ajuda a garantir que os resultados sejam mais confiáveis, fruto de um pensamento analítico, crítico e questionador.
     É bom considerar que uma pesquisa com caráter científico não se presta apenas ao mundo acadêmico e à conclusão dos cursos de graduação. Mais importante, é o seu valor para solucionar problemas, questões e necessidades que surgem ao longo da vida profissional. Quando essas surgem, o conhecimento empírico, sozinho, não resolverá o problema. Porém, a experiência e o saber real de como executar a busca de um conhecimento dentro de padrões confiáveis o auxiliará. Além disso, um bom profissional precisa se utilizar de dados construídos a partir da lógica, do uso da razão e de procedimentos criteriosos e metódicos para ser reconhecido.

2.3 - Antes de iniciar um projeto de pesquisa

É interessante contar-lhe que muitos estudantes, ao se depararem com a necessidade de elaborar um projeto de pesquisa para o Trabalho de Conclusão, se sentem bastante ansiosos, indecisos quanto ao tema e, principalmente, quanto ao ‘como fazer’. Enfim, bate um certa insegurança. Isso pode acontecer não por que o estudante não saiba fazê-lo, mas por que não tem prática de como fazê-lo e, principalmente, por não estar familiarizado com a pesquisa e não ter descoberto nela uma grande aliada.
Uma vez conhecendo como fazer um projeto e tendo consciência do quanto ele pode simplificar a trajetória  do TCC e auxiliar na  vida profissional, tudo fica mais fácil.
Antes de iniciar um projeto de pesquisa (redação, etc.) é necessário refletir. Literalmente, reservar tempo para pensar sobre o que mais lhe interessou em todo esse tempo de estudo no curso de Comunicação Social. Ou seja, é preciso refletir sobre o que se vai estudar, aquilo que se quer saber, como se vai fazer e onde se quer chegar. É um período de dúvidas, de incertezas, de inseguranças até se conseguir ter a idéia iluminadora, “amarrar” bem o tema e o problema  da pesquisa, ou seja, até se conseguir achar o foco.

2.4 - Primeiro passo

Sem dúvida, o primeiro passo é problematizar, isto é, ter uma curiosidade pessoal em relação a um fato, a um fenômeno que se caracterize como necessidade de conhecimento a ser satisfeita. Uma forma, então, é listar todos os assuntos que realmente lhe interessam e decompô-lo em seus aspectos, em seus componentes julgados importantes. Em acréscimo estabeleça um questionário com perguntas a respeito do aspecto que lhe interessa. Liste ‘coisas’ que você ainda não sabe sobre o tema. As perguntas vão variar em quantidade e qualidade em função da extensão e da profundidade dos conhecimentos preexistentes. Esse exercício, com certeza, estará auxiliando a ajustar o foco e a determinar a problematização. É importante lembrar que a problematização é essencial para a escolha bibliográfica e instrumental, a coleta de dados e de material.

2.5 - Segundo passo

A partir da problematização, é preciso, então, selecionar ou delimitar o tema.  Isto significa escolher, entre os vários aspectos levantados, aquele que merecerá o estudo e a investigação – mesmo que provisoriamente ou mesmo que os outros aspectos também pareçam importantes.
É uma questão de método, pois cada um destes elementos levantados – e considerados importantes – passam a ser tratados independentemente, um de cada vez. Escolhido um deles, os outros devem ser abandonados, pois o pesquisador precisa se concentrar, mesmo que provisoriamente, naquele aspecto que julga mais importante para o conhecimento do tema.
Este é um momento de decisão.
Às vezes, demora algum tempo até que se determine com exatidão a delimitação do tema, em alguns casos o trabalho proposto fica amplo demais e, consequentemente, o estudante não consegue esgotar a proposta feita para o estudo, prejudicando o resultado final.  Deve-se considerar que quanto mais delimitado, recortado, focado estiver o tema, mais fácil será realizar o planejamento da pesquisa. Por outro lado, delimitar o tema não significa restringí-lo tanto de forma a impedir o desdobramento e andamento de uma boa pesquisa. É preciso usar o bom senso e refletir sobre as possibilidades de desenvolver o tema.

2.6 - Último passo: o projeto

Um projeto de pesquisa pode ser elaborado a partir de diversas etapas. Em geral, eles divergem muito quanto a sua forma. A seguir vai-se relacionar e, depois, descrever 11 etapas de um projeto de pesquisa, considerando os elementos mais usuais e buscando um trabalho mais criterioso e completo.
As etapas são as seguintes:
1 – Identificação
2 – Apresentação: apresentação do tema e delimitação  do tema
3 – Problema
4 – Objetivos: gerais e específicos
5 – Justificativa e relevância
6 – Revisão bibliográfica
7 – Metodologia
8 – Cronograma
9 – Roteiro
10 – Levantamento bibliográfico inicial

1.  IDENTIFICAÇÃO
A identificação  presta-se a apresentar os dados principais do projeto, do autor, do local onde estará sendo realizada a pesquisa. Os dados mais freqüentes na identificação são os seguintes: Instituição; curso/habilitação; autor do projeto; título do projeto; palavras-chave; data.

2.  DELIMITAÇÃO DO TEMA ou APRESENTAÇÃO ou  RESUMO
Esse é um item importantíssimo. É neste ponto que se vai relatar a essência do que será realizado na pesquisa.
É preciso ter em mente que existe uma diferença entre o assunto escolhido e o tema específico dentro desse assunto. Muitas vezes, pensa-se que se tem um tema e, na verdade, o que se conseguiu foi determinar o assunto da pesquisa. O assunto é mais amplo, abrange um número maior de possibilidades a serem tratadas e desenvolvidas, enquanto que o tema é mais específico, posto que delimitado através de uma escolha de como o assunto vai ser tratado, que aspectos dele vão ser enfocados na pesquisa.
Na redação dessa etapa é aconselhável que se faça, primeiro, uma apresentação mais geral do assunto para, depois, aos poucos chegar ao tema delimitado, bem como a descrição do que se quer estudar dele, o que se pretende e como.

3. PROBLEMA
Conforme observado no primeiro passo, a problematização permite que se possa determinar que dúvidas se quer resolver. Assim, nesta etapa, deve-se descrever essa dúvida, expressando uma relação entre duas ou mais variáveis e, a partir daí, elaborar um enunciado claro, preciso e objetivo que seja capaz de englobar a essência daquilo que se quer saber.
Na redação dessa etapa, o problema deve ser apresentado de uma forma interrogativa (ou seja, em forma de pergunta) e em itens. É bom lembrar que alguns estudos, dependendo da delimitação do tema, requerem mais de um problema para o seu desenvolvimento,  bem como podem contar com um problema de maior importância e outros problemas secundários. Algumas vezes ainda, para que se entenda a questão que move a pesquisa é necessário que se descreva seu contexto e se esclareça as suas variáveis. Esse fato requer um texto complementar para o problema.

4. OBJETIVOS
Toda pesquisa científica tem, pelo menos, um objetivo a ser atingido. Os objetivos de um projeto de pesquisa, definem a natureza do trabalho através de ações práticas que serão executadas para responder as questões e afirmações definidas na delimitação do tema e no problema. Eles respondem ao que se quer fazer, o que se quer demonstrar, o que se pretende alcançar e a que resultados se quer chegar.
Os objetivos de um projeto de pesquisa dividem-se em geral(is) e específicos:
Geral é o objetivo que expressa claramente aquilo que o pesquisador pretende  conseguir com sua investigação. É a meta proposta pelo estudo, a qual traçará a ação principal para buscar as soluções para o problema. Assim, o objetivo geral deve estabelecer uma conexão clara com o problema. Pode-se chamar de “espinha dorsal”, posto que delimita e dirige os raciocínios a serem desenvolvidos e fornece o volume dos dados que serão necessários ao desenvolvimento dos argumentos.
Específicos são os objetivos que se constituem a partir do objetivo geral e que vão indicar as ações particulares necessárias para o desenvolvimento do estudo. Neste sentido, constituem um conjunto de “pequenos” objetivos – mais específicos -, relacionados ao objetivo geral e, em número, são elaborados tantos quantos sejam necessários para o andamento do estudo e a solução satisfatória do problema. Os objetivos específicos vão orientar as escolhas da metodologia da pesquisa, bem como, mais tarde, auxiliam na redação do TCC, constituindo-se ou indicando as partes do conteúdo do futuro texto a ser produzido (capítulos, segmentos, etc.).
- Dicas:   §   elaborar essa etapa em tópicos
                 §   iniciar o objetivo sempre com verbos no infinitivo tais como: analisar, pesquisar, estudar, observar, relatar, entender, conhecer, detectar, verificar, relacionar, compreender, avaliar, ....(obs.: não use o verbo mostrar, ele dificilmente se adecua a pesquisa) levar em conta a viabilidade de realizar a ação proposta nos objetivos
§  em geral, elabora-se um objetivo geral e vários objetivos específicos


[1] SANTOS, Antônio Raimundo. Op. Cit. P. 59

Continuação do material que fundamentou a palestra da professora Jaqueline Torres


6. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A medida que são feitas leituras sobre o assunto que se quer tratar, pequenas dúvidas vão sendo eliminadas; é possível compreender com um pouco mais de clareza, de precisão e de coerência a amplitude e a relevância do tema escolhido.
Deve-se ter em mente que torna-se difícil elaborar um projeto de pesquisa apenas com os conhecimentos já adquiridos. A busca do conhecimento científico tem como grande aliado o embasamento bibliográfico, ou seja, a busca por compreender o que já foi estudado sobre o assunto. Ou seja, em que medida esse assunto tem interessado e provocado estudos no mundo científico e o que os grandes estudiosos pensam e discutem a respeito desse assunto.
Assim, é no referencial teórico que são desenvolvidos os conceitos iniciais importantes ao trabalho, compondo uma base teórica capaz de estruturar o pensamento e o planejamento da pesquisa. Portanto, revisão bibliográfica aponta para um referencial teórico, para um marco teórico.
Essa etapa é um conjunto textual no qual se desenvolvem os conceitos iniciais importantes ao trabalho. É a partir dos conhecimentos existentes e reconhecidos cientificamente sobre o assunto que são feitas as relações entre a proposta de pesquisa (tema delimitado) e as linhas de estudo a respeito. A revisão bibliográfica é construída a partir das leituras bibliográfica feitas, informando que autores, teorias e linhas metodológicas vão embasar e estruturar o trabalho. Assim, é preciso desenvolver, nessa etapa, conceitos e definições referentes aos pontos de sustentação do tema, bem como apresentar  posições de autores e estudos realizados sobre o mesmo.
Observe:
- Faça relações entre a proposta da pesquisa e as linhas de estudo a respeito do tema; compare posições de autores, definições, estudos feitos, conclusões;
- Faça citações diretas e/ou indiretas, que sejam capazes de complementar e embasar a postura do pesquisador frente a pesquisa;
- Seja cuidadoso na elaboração do texto: construir uma a revisão bibliográfica não significa inserir resumos de leituras feitas.

7. METODOLOGIA
Nesta etapa o pesquisador deve responder à questão: como a pesquisa será feita?. É a metodologia que vai deixar clara, portanto, a maneira pela qual se pretende executar a pesquisa. Para isso, é necessário fazer uma descrição detalhada da forma escolhida para a seleção e coleta de dados e/ou instrumentos (materiais e técnicas) utilizados para o (futuro) desenvolvimento da pesquisa, bem como descrever as técnicas escolhidas e a o caminho através do qual a pesquisa será executada. Isto significa que, nessa etapa, se vai planejar todos os passos concretos da pesquisa, levando em conta critérios e procedimentos precisos, lógicos, racionais e subjetivos.
Portanto, atenção redobrada! Em muitos casos, somente aqui se percebe as dificuldades da pesquisa em termos de coleta de dados, seleção de corpus, tamanho de amostragem, acesso ao objeto a ser estudado, entre outras. As ações propostas nos objetivos específicos, principalmente, serão aqui desdobradas em formas de execução. Assim, é importante refletir e descrever os critérios, a sistemática, as dificuldades, as precauções, a supervisão, o controle da observação, da análise, da descrição, ... Uma boa maneira de elaborar a metodologia é através da descrição de todas as etapas que vão compor a pesquisa, em ordem de realização.
Vários aspectos podem compor a metodologia, e, uma vez fazendo parte da proposta de pesquisa devem ser descritos. São eles, segundo artigo do Professor Jorge Jardim: fontes de consulta, técnicas e instrumentos da coleta de dados; variáveis que serão medidas; teorias de base; sistema conceitual utilizado; amostragem, técnica de análise dos dados; forma de apresentação do relatório.
Muitos são os métodos possíveis de utilizar na pesquisa e a sua escolha depende, também, da linha teórica a ser adotada. O importante é ter em mente que a metodologia deve se adequar ao seu trabalho, desde que siga padrões, procedimentos e critérios científicos. Os métodos de pesquisa foram criados para auxiliar e facilitar a execução dessa.
Ao trabalhar esta etapa, responda as seguintes questões:
- como pretende encaminhar a pesquisa para solucionar o problema ou esclarecer o tema?
- quais os instrumentos, fontes, técnicas e métodos de pesquisa, possíveis, serão utilizados?
- quais destas formas estão mais adequadas ao seu referencial teórico?
- quais as dificuldades que você prevê para a metodologia, nessa etapa?
- tem certeza que o caminho planejado vai trazer possíveis respostas ao problema?
- como vai comprovar?
- a pesquisa será delimitada geograficamente?
- a pesquisa terá delimitação de tempo?
- terá delimitação de pessoas (amostragem)?
- delimitará objetos e fenômenos?
- qual a justificativa dessas delimitações?
- que métodos ou procedimento de coleta de dados utilizará?
- que métodos utilizará para a análise dos dados?
- como o relatório será apresentado?

8. CRONOGRAMA
É o planejamento das etapas e fases a serem cumpridas dentro de um período de tempo previamente estipulado para o desenvolvimento e execução da pesquisa.
Este planejamento (tempo x etapas) deverá ser apresentado sob a forma de uma tabela em que cada etapa deverá possuir uma correspondente definição de período de execução (normalmente meses de um ano. Em outras palavras, as variáveis são o tempo a ser decorrido e as etapas de pesquisa. O encontro dessas variáveis deverá ser assinalado na tabela. Veja o exemplo:

PERÍODO
ATIVIDADE

FEV

MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Levantamento bibliográfico complementar











Revisão Bibliográfica











Leituras











.....











Redação











Revisão e entrega













9. ROTEIRO
Esse é o momento de planejar as partes que vão compor o relatório de pesquisa, descrevendo o que vai ser elaborado em cada um dos capítulos. Esse planejamento não precisa ser definitivo, mas deve expressar um mínimo de reflexão sobre a delimitação do tema, a composição da monografia, as análises e apresentação dos dados coletados. A redação dessa etapa deve ser feita apontando o número do capítulo (1,2,3,...), o título provisório de cada capítulo e descrendo minimamente do que vai constar cada capítulo.

10 . LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO INICIAL
É a etapa em que se vai relacionar, segundo as normas técnicas, as fontes bibliográficas relativas ao tema da pesquisa e que sirvam, mais tarde, para a leitura estruturadora da base teórica do TCC. A seleção desses livros deve ser criteriosa, partindo de uma leitura exploratória e passando por uma leitura seletiva.
A elaboração dessa etapa deve partir de uma pesquisa feitas sobre as obras constantes na biblioteca e pode contar, ainda, com o auxílio de visitas a livrarias, contatos informais com professores conhecedores da área específica a ser estudada, bem como referências bibliográficas de obras relativas ao tema.
Devem constar no levantamento bibliográfico inicial  obras publicadas e diretamente relacionadas ao tema proposto para estudo, bem como artigos de periódicos científicos e, se pode contar, ainda, com alguns textos veiculados na Internet – que tenham reconhecimento científico. Sugere-se que, nessa etapa, após listar cada obra, seja colocado o assunto do qual ela trata e os principais temas por ela desenvolvidos.


[1] - SANTOS, Antonio. Op cit.